RECURSO ANALISTA TJ-PA/2020
Galera querida que fez o concurso do Tribunal de Justiça do Estado do Pará!
Analisei as provas de técnico e analista e não vi nada de muito diferente do que se esperava e do que abordamos no curso e em nosso aulão de véspera! As questões “magicamente” estavam lá.
De minha análise, só possibilidade de um único recurso, para a prova de Analista, sobre a seguinte questão:
QUESTÃO 19 As organizações que utilizam como metodologia de planejamento estratégico o BSC (balanced scorecard) devem contar com o envolvimento ativo da equipe executiva, para que as mudanças ocorram e a estratégia seja implementada com vistas ao alcance dos melhores desempenhos. O pressuposto abordado no texto anterior está de acordo com o princípio de
A converter a estratégia em processo contínuo.
B mobilizar a mudança por meio da liderança educadora.
C traduzir a estratégia em termos operacionais.
D alinhar a organização à estratégia.
E transformar a estratégia em tarefa de todos.
A banca deu como correto o gabarito “B”, mas há mais de uma resposta correta, de modo que o ideal seria pedir a anulação. Seguem abaixo os meus argumentos para o pedido, lembrando a vocês que não se pode duplicar recursos e que você poderá usar os trechos citados para fundamentar a sua própria argumentação.
Por “equipe executiva”, segundo NORTON E KAPLAN (1997), entende-se o conjunto dos principais dirigentes de uma organização. Acerca de seu papel e importância, assim definiram os autores no trecho abaixo:
“No Capítulo 9, descrevemos como as organizações estão utilizando o Balanced Scorecard para comunicar suas novas estratégias a todos os funcionários e, a partir daí, alinhando as metas de departamentos, indivíduos e equipes ao sucesso na implementação da estratégia. Embora os altos executivos discordem quanto aos benefícios de vinculação rápida e explícita entre a remuneração e as medidas do scorecard, eles concordam que a comunicação e o processo de estabelecimento de metas melhoraram notavelmente o alinhamento de todos os integrantes da organização à estratégia” (p. 203).
Mais adiante, assim complementam:
“O ideal seria que todos na empresa, do nível hierárquico mais elevado ao mais baixo, compreendessem a estratégia e como as suas ações individuais sustentam o “quadro geral”. O Balanced Scorecard permite esse alinhamento de cima para baixo. O desenvolvimento de um Balanced Scorecard deve começar pela equipe executiva (ver Apêndice). A formação e o comprometimento da equipe executiva são essenciais para a obtenção dos benefícios do scorecard. Porém, esse é apenas o primeiro passo. Para obter o máximo de benefício, a equipe executiva deve compartilhar sua visão e estratégia com toda a empresa, bem como com os principais atores externos. Comunicando a estratégia e vinculando-a às metas pessoais, o scorecard cria entendimento e um comprometimento compartilhados entre todos os integrantes da organização. Quando todos compreendem as metas de longo prazo da unidade de negócios, bem como a estratégia para alcançá-las, os esforços e iniciativas da empresa se alinham aos processos necessários de transformação. Cada indivíduo entende como sua atuação específica contribui para a realização dos objetivos da unidade de negócios (p. 208)
Em nenhum momento, de maneira objetiva, os autores apontam a expressão “liderança educadora”. Mas, conforme se depreende dos trechos citados, o primeiro passo é formar a equipe executiva e criar nela o comprometimento com a estratégia para que ocorra o devido “alinhamento de cima para baixo”. Por assim dizer, estaria correta a alternativa D, que menciona o alinhamento da organização com a estratégia, que no caso, deverá ocorrer por meio da equipe executiva.
Além da alternativa D, a alternativa E parece adequada ao atribuir à equipe executiva a responsabilidade de tornar a estratégia uma função de todos. Destaco novamente o trecho do livro que corrobora com essa afirmação: “Para obter o máximo de benefício, a equipe executiva deve compartilhar sua visão e estratégia com toda a empresa, bem como com os principais atores externos. Comunicando a estratégia e vinculando-a às metas pessoais, o scorecard cria entendimento e um comprometimento compartilhados entre todos os integrantes da organização”.
Para complementar, os autores defendem que “O BSC fornece a estrutura necessária para a tradução da estratégia em termos operacionais” (p. 10). Considerando que a implementação começa do topo até a base, a tradução se inicia da equipe executiva, ou seja, dos altos dirigentes da organização, deixando igualmente correta a alternativa C.
Por assim dizer, resta evidente que há mais de uma resposta correta para a questão, motivo pelo qual, respeitosamente solicita-se a sua anulação.
FONTE: Kaplan, Robert S. A estratégia em ação: balanced scorecard/Robert S. Kaplan, David P. Norton; tradução Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. – Rio de Janeiro: Elsevier, 1997 – 3ª Reimpressão.
É isso, galerinha.
Abraço forte, sucesso e bons estudos!
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